Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista-Unesp, de São José do Rio Preto, no interior do estado de São Paulo, em trabalho com a Universidade de Leeds, da Inglaterra, descobriram que o veneno da vespa Polybia paulista, é capaz de matar células cancerígenas sem danificar células saudáveis. Essa espécie de vespa, existente apenas no Brasil, possui MP1, um peptídeo já conhecido por suas propriedades anticancerígenas e bactericidas. O novo estudo, porém, testou em laboratório o seu uso em células cancerígenas da bexiga, da próstata e do sangue e descobriu como a toxina interage seletivamente com os lipídios, que nas células doentes são distribuídos de maneira desigual, abrindo “buracos” eliminando-as. Segundo os pesquisadores, a descoberta possibilitará a criação de uma nova classe de drogas contra o câncer. O próximo passo do estudo inclui testes para outros tipos de câncer e, posteriomente, a sua aplicação em animais. A pesquisa completa é assinada por Natália Bueno Leite, Anders Aufderhorst-Roberts, Mario Sergio Palma, Simon D. Connell, João Ruggiero Neto, Paul A. Bealese e está na primeira edição de setembro do Biophysical Journal.
Imagem: Chris Hodgson