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Diagnósticos e terapêuticas do câncer de mama

Atualmente existem inúmeros recursos para descobrir precocemente a presença de um tumor de mama. Além dos exames clínicos e a mamografia, pode-se contar com diferentes testes e exames. A ressonância magnética, por exemplo, ajuda a identificar melhor o tumor e a avaliar uma mudança anormal revelada pelo mamógrafo. Já a ecografia das mamas permite indicar se a tumoração é sólida ou está cheia de líquido. Pode-se contar ainda com a biópsia guiada por ecografia que usa uma agulha para extrair da lesão amostras de tecido e líquido a serem analisados. Outro exame comum é a tomografia computadorizada que verifica se o câncer se estendeu além da mama. A abordagem terapêutica depende do tipo de câncer, do seu estágio e se a pessoa tem ou não sensibilidade a certos hormônios e excesso ou não de produção da proteína HER2, que possibilita o crescimento das células anormais do corpo. Os tratamentos podem incluir radioterapia, hormonioterapia e quimioterapia, com medicamentos para destruir células cancerosas, além de cirurgias. Mais recentemente tem sido adotada a terapia-alvo, que usa substâncias para identificar e atacar determinadas características das células cancerígenas.

Do raio X à mamografia

Nos séculos passados o índice de morte por câncer de mama era muito alto. Buscava-se uma forma de detectar e tratar a doença precocemente, o que passou a ser possível a partir da descoberta do raio X, em 1895. Menos de duas décadas depois, o cirurgião alemão Albert Salomon fez as primeiras radiografias de peças de mastectomia para demonstrar a extensão do tumor, descrevendo a presença de microcalcificações na mama. Em 1949, Raul Leborgne desenvolveu a técnica de compressão da mama, fundamental para melhorar a qualidade da imagem, o que permitiu estabelecer as diferenças entre calcificações benignas e malignas. Mas apenas em 1965 foi criado o primeiro raio X específico para mamas, o mamógrafo. O aparelho, cada vez mais aperfeiçoado, se tornou fundamental para o diagnóstico precoce do câncer. Hoje, com o aporte da tecnologia digital é possível visualizar com maior nitidez toda a estrutura da mama, da base ao ápice, e detectar achados característicos de lesões benignas ou malignas. De acordo com o caso, podem ser solicitados exames intervencionistas como punção e biópsia.

Evolução dos tratamentos do câncer de mama

As primeiras terapêuticas para essa doença vêm da antiguidade e estão relacionadas com a cirurgia. No século 19 foi criada a revolucionária técnica da mastectomia radical, com a retirada da mama e dos músculos peitorais, linfonodos e tecidos adjacentes. O objetivo era evitar que o câncer se espalhasse. Mais tarde, novos estudos levaram ao conceito de abordar o tumor de forma local e regional em combinação com um novo tratamento, a radioterapia, uma revolução em plenos anos de 1950. Já a história da quimioterapia remete às duas guerras mundiais do século 20, a partir da descoberta dos efeitos de algumas armas químicas. Em 1942 médicos norte-americanos tratavam o câncer de mama com produtos químicos, método que evoluiu para a descoberta de novos medicamentos. Nos anos 50, o descobrimento do DNA ajudou no conhecimento mais profundo sobre as células e o desenvolvimento de terapêuticas mais específicas visando maior sobrevida da paciente. Importante também foi a técnica de reconstrução mamária que transformou a cirurgia em menos traumática, permitiu melhorar  a autoestima das pacientes e a sua qualidade de vida. // Por Dra. Ana Carolina Mühlberger - CRM: 138852

Câncer de mama, uma história antiga

Essa doença já era conhecida entre os egípcios três mil anos antes de Cristo. Na Grécia, o médico grego Hipócrates, que viveu entre 470 e 370 aC, chamou a doença de “karkinos”, que significa caranguejo, devido à aparência ramificada do tumor.  A palavra deu origem  aos termos cancro e carcinoma, usados até hoje. Arqueólogos do Egito descobriram um esqueleto feminino de 40 a 45 anos com lesões ósseas semelhantes à metástase do câncer mamário. Vários outros documentos através dos séculos mencionam essa patologia Um estudo recente reunindo medicina e história da arte revelou que este tipo de câncer aparece também em esculturas e pinturas. Uma delas refere-se à obra A Noite, de Michelangelo, na qual uma mulher apresenta desvio do mamilo e depressão na pele em um dos seios, que foram associados a sintomas de câncer de mama.
Por Dra. Ana Carolina Mühlberger - CRM: 138852 - Médica especializada em Mastologia.

 

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